O uso de chupeta ou a sucção digital (“chuchar no dedo”) é algo normal no início de vida das crianças e faz parte do seu desenvolvimento físico e psicológico. No entanto o seu uso prolongado até idades mais tardias pode trazer consequências graves no crescimento dos maxilares e posicionamento dos dentes, apenas tratáveis com ortodontia.

Vamos então esclarecer aqui algumas questões!

O meu filho/a ainda não tem dentes, devo preocupar-me?

A idade aproximada do aparecimento do primeiro dente é entre o 6º e 8º meses de vida, no entanto existem variações que estão dentro da normalidade. É também por esta altura que deve ser feita a primeira consulta da criança com o Médico Dentista, para educar e orientar os pais relativamente a escovagem dos dentes da criança e também para prevenção de hábitos como o uso de chupeta durante tempo prolongado.

Quando é que o meu filho deve deixar?

É aconselhado que o faça por volta dos dois anos, pois é uma idade em que as alterações ósseas provocadas no maxilar ainda são naturalmente reversíveis. Se que esse hábito se prolonga para além dos dois anos de idade, aconselhamos que marque uma consulta com o seu médico dentista para prevenir sequelas e ajudar na contenção do uso de chupeta e sucção digital.

Existem sinais de que este hábito começa a ter consequências?

Sim, existem alguns sinais que são fáceis de detetar. Como por exemplo, se a criança ao cerrar os dentes não “bater” os dentes superiores da frente com os inferiores é um sinal visível de uma consequência, é um problema que se designa por mordida aberta.
Se o seu filho/a acorda cansado/a, tem sempre olheiras ou respira sempre pela boca, também é outro sinal. Todos estes sinais (entre outros) são indicativos de que existe um défice de crescimento do maxilar superior que pode ser provocado pelo uso excessivo de chupeta ou sucção digital (“chuchar no dedo”). Se o seu filho/a apresenta algum, contacte o seu médico dentista.

Quais os efeitos do hábito prolongado?

O uso prolongado de chupeta ou chuchar no dedo aumenta o risco do crescimento ósseo inadequado dos maxilares, podendo afetar tambem o posicionamento dos dentes, afetar o desenvolvimento do palato (céu da boa) e pode até ter consequências na fala. Em alguns casos mais graves pode ser até necessário intervenção cirúrgica. Daí a importância de uma monitorização atempada por parte do dentista.