10 dicas sobre a Saúde Oral em Crianças
Visitar o dentista desde cedo é de extrema importância para a saúde oral das crianças, sobretudo, para não surgirem cáries dentárias nas fases de desenvolvimento dos dentes definitivos. Mas a questões que se colocam são “Afinal, quando e com que regularidade devem as crianças consultar o odontopediatra?”
Vamos esclarecer as suas dúvidas em relação a cáries precoces, alterações de cor nos dentes, administração de flúor, escovagem, fio dentário, entre outras questões sobre a saúde oral nas crianças.
1. Com que idade e regularidade deve a criança consultar um odontopediatra?
A primeira consulta deve ser realizada logo após o aparecimento dos primeiros dentes temporários (designados como dentes de leite), ou no máximo, até a criança completar o primeiro ano de vida, esta consulta é de extrema importância para estabelecer um programa preventivo de saúde oral e intercetar hábitos que possam ser prejudiciais.
Idealmente, quando existe uma boa saúde oral nas crianças, esta deve ser observada a cada seis meses. Em situações de elevado risco de cárie, esta periodicidade deve ser reduzida para intervalos mais pequenos.
2. Em que idade aparecem os primeiros dentes e quando se completa a dentição?
Em média, a erupção da primeira dentição tem início entre os 6 e os 8 meses de idade; entre os 2 anos e meio e os 3 anos de idade os 20 dentes temporários já estarão presentes na cavidade oral. A dentição definitiva inicia-se entre os 5 e os 7 anos e poderá constituir-se de 32 dentes, caso erupcionem os terceiros molares (sisos), o que nem sempre ocorre.
A erupção mais precoce ou tardia não está necessariamente relacionada com patologia; no entanto, caso a criança não apresente qualquer dente após completar 1 ano de vida, deverá ser observada na consulta de Medicina Dentária.
3. Quais os sintomas que se manifestam com a erupção dos dentes e de que maneira podemos ajudar?
Os sintomas mais comuns são:
- gengivas avermelhadas;
- aumento da salivação;
- perda de apetite e alteração dos hábitos nutricionais;
- ansiedade;
- dificuldade em dormir.
Se a criança apresentar febre, vómitos ou diarreia, deverá ser consultada pelo seu médico assistente pois poderá existir outra causa subjacente. O desconforto da criança pode ser aliviado limpando a boca 2-3 vezes por dia com uma gaze molhada ou recorrendo a mordedores e geles disponíveis no mercado.
4. Em que fase devemos retirar a chupeta e o biberão?
Os hábitos de sucção não nutritiva devem ser retirados idealmente antes da criança completar os 3 anos de idade, pois se o fizermos neste tempo ainda existe possibilidade de autocorreção de desarmonias no desenvolvimento das arcadas dentárias.
Relativamente ao biberão, este deve ser retirado assim que a criança completar 1 ano e ser substituído por exemplo, pelo copo com palhinha ou colher.
5. Como prevenir o aparecimento de cáries precoces?
Várias medidas são importantes na prevenção de lesões de cárie na primeira infância:
- promover a amamentação materna pelo menos até aos 4-6 meses de idade;
- colocar apenas leite ou água no biberão e oferecer à criança sobretudo durante o dia e nunca quando esteja a dormir;
- não colocar líquidos açucarados no biberão nem na chupeta;
- logo que os primeiros dentem erupcionem, promover a sua higiene com uma gaze, dedeira ou escova macia, idealmente após as refeições.
6. Quais as causas mais frequentes para a ocorrência de alterações de cor dentária numa criança?
A alteração da cor pode derivar de várias causas, para além das lesões de cárie, também situações traumáticas, perturbações na formação do esmalte e dentina, higiene oral deficiente ou pigmentação extrínseca de origem bacteriana, ou alimentar, são exemplos que podem conduzir a este tipo de transtornos.
Estas causas são motivo para procurar um Médico Dentista, este vai avaliar e realizar o diagnóstico para proceder com a intervenção.
7. É aconselhável a administração de flúor nas crianças?
A administração de flúor às crianças tem sido alvo de discussão ao longo dos anos, no entanto, face à evidência disponível, e segundo as recomendações da Direção Geral da Saúde, é dada prioridade às suas aplicações sob a forma de dentífricos administrados na escovagem dos dentes desde a sua erupção.
As ações de educação para a saúde devem, prioritariamente, promover a escovagem dos dentes com dentífrico fluoretado.
8. Como deve ser realizada a escovagem dentária nas crianças?
As características da escovagem numa criança estão dependentes de vários fatores, mas especialmente da idade da mesma. Assim, de acordo com as normas da Direção Geral da Saúde recomenda-se que:
0-3 anos
Escovagem realizada pelos pais a partir da erupção do primeiro dente, 2x/dia (uma obrigatoriamente ao deitar), utilizando uma gaze, dedeira ou escova macia de tamanho adequado.
3-6 anos
Escovagem realizada progressivamente pela criança, devidamente supervisionada e auxiliada, 2x/ dia (uma das quais obrigatoriamente ao deitar), utilizando escova macia de tamanho adequado. A quantidade de dentífrico fluoretado (1000-1500 ppm) deverá ser semelhante ao tamanho da unha do 5º dedo da criança.
> 6 anos
Escovagem realizada pela criança, devidamente supervisionada e auxiliada caso não possua destreza manual suficiente, 2x/dia (uma das quais obrigatoriamente ao deitar), utilizando escova macia (ou em alternativa média). A quantidade de dentífrico fluoretado (1000-1500 ppm) deverá ser do tamanho de uma pequena ervilha ou até 1cm de dentífrico.
9. É recomendável nas crianças o uso de fio dentário?
A utilização do fio/ fita dentária permite a higienização dos espaços interdentários e deve ser iniciada logo que possível, acreditando-se que por volta dos 8-10 anos a criança começa a ter a destreza manual e autonomia necessárias.
10. O que são os selantes de fissuras e qual a sua função?
Um selante de fissuras é considerado um protetor, este é aplicado na superfície fissurada de dentes e têm como objetivo prevenir o aparecimento de lesões de cárie dentária. Constitui um recurso eficaz em termos preventivos.
A aplicação dos selantes é realizada nos primeiros e segundos molares definitivos, bem como nos pré-molares, cujo período de erupção varia entre os 5-8 anos e os 11-14 anos, respetivamente. A reaplicação está indicada caso se verifique perda parcial ou total do selante, maximizando a sua eficácia.